A ARM anunciou recentemente que fará alterações em sua política de licenciamento que sustenta a maior parte da indústria de tecnologia de consumo. Agora, graças a uma reportagem do Financial Times, temos uma ideia de como esse novo modelo de licenciamento ARM vai funcionar ou ousamos dizer mudar a forma como a indústria de eletrônicos de consumo funciona. Vamos entender.
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A principal mudança é que a ARM cobrará royalties dos fabricantes de dispositivos (com base no valor do dispositivo) e não dos fabricantes de chips (com base no valor do chip), como faz atualmente. Como um dispositivo custa mais do que um único chip, o ARM ganha mais. Essa é a ideia de aumentar sua receita antes de seu próximo IPO.
Vamos decompô-lo ainda mais.
Mudança de licenciamento ARM: como isso afeta os fabricantes de chips e dispositivos
Antes, a ARM costumava licenciar projetos de design de chips para fabricantes de chips e cobrar uma taxa de licença, bem como royalties recorrentes para cada novo chip vendido.
Agora, cobra esses royalties dos fabricantes de dispositivos e não dos fabricantes de chips. Em vez disso, o fabricante de chips terá que vender os chips para os fabricantes de dispositivos com os quais a ARM tem seu contrato de royalties. Arm fica com os royalties e o fabricante do dispositivo fica com o chip.
Além do mais, essas empresas de chips não terão permissão para usar seu próprio ISP personalizado, GPU e outros coprocessadores.
Portanto, esta nova decisão de licenciamento é notícia no momento em que a Qualcomm está trabalhando na nova arquitetura de CPU Nuvia de 2 camadas e a MediaTek aparentemente está trabalhando com a Nvidia para uma GPU personalizada. Esses planos podem, portanto, estar ameaçados pelo novo movimento da ARM.
Vamos ver como fica, pois entrará em vigor já no ano que vem. A ARM informou os principais fabricantes de chips como Qualcomm, MediaTek e Unisoc, bem como fabricantes de dispositivos como Xiaomi e Oppo. Veremos como seus clientes reagem. Eles podem ter que se curvar à pressão. “O que o SoftBank está fazendo no momento é testar o valor de mercado do monopólio que a Arm detém”, diz um ex-funcionário do FT ao falar sobre essa mudança radical na forma como a ARM tem feito seus negócios.
Com informações de Digit Magazine.