Os novos Leviatãs: como uma Nvidia de US$ 5 trilhões redefine o poder econômico global


Num momento histórico para a economia global, a fabricante americana de chips Nvidia consolidou o seu estatuto de empresa mais valiosa do mundo, atingindo uma avaliação de mercado de 5 biliões de dólares.

Esta conquista sublinha uma mudança sísmica no poder económico, dos gigantes industriais tradicionais para as empresas tecnológicas que impulsionam a revolução da inteligência artificial.

A ascensão da Nvidia não tem precedentes. A empresa demorou pouco mais de três meses para passar de uma avaliação de 4 biliões de dólares para este novo pico, uma velocidade que destaca a procura explosiva pelos seus semicondutores avançados, que são a base dos sistemas de inteligência artificial em todo o mundo.

A empresa lidera agora um grupo de titãs tecnológicos americanos, seguidos de perto pela Microsoft e pela Apple, cada uma avaliada em aproximadamente 4 biliões de dólares.

Para compreender a escala deste gigante corporativo, consideremos o seu peso contra as economias nacionais. A capitalização de mercado colectiva dos principais gigantes tecnológicos americanos (Apple, Microsoft, Nvidia, Alphabet, Amazon, Meta e Tesla) ultrapassou os 18 biliões de dólares.

Os novos Leviatãs: como uma Nvidia de US$ 5 trilhões redefine o poder econômico global
Os novos Leviatãs: como uma Nvidia de US$ 5 trilhões redefine o poder econômico global

Os novos Leviatãs: como uma Nvidia de US$ 5 trilhões redefine o poder econômico global

Este valor excede o Produto Interno Bruto anual de todos os países do mundo, exceto os Estados Unidos e a China.

Uma única empresa, a Nvidia, vale agora mais do que toda a produção económica de grandes nações como o Brasil.

Esta concentração de valor de mercado num punhado de empresas tecnológicas convida a paralelos históricos com grandes empresas comerciais da era colonial, como as Companhias Holandesas e Inglesas das Índias Orientais.

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Os seus estados deram a essas entidades poder e influência sem precedentes, moldando o comércio e a política globais durante séculos.

Da mesma forma, os gigantes tecnológicos de hoje exercem uma imensa influência económica e tecnológica, moldando o futuro da comunicação, do comércio e da inteligência globais.

Para o Brasil e o mundo, isso significa mais do que um marco no mercado de ações. Representa uma reestruturação fundamental da ordem económica global, onde os motores dos dados e da inteligência artificial estão a tornar-se tão centrais para o poder moderno como o foram no passado as rotas comerciais e de especiarias.

As decisões tomadas nas diretorias dessas empresas de tecnologia terão, sem dúvida, implicações profundas para as economias internacionais, incluindo a do Brasil, nos próximos anos.

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António César de Andrade

Apaixonado por tecnologia e inovação, traz notícias do seguimento que atua com paixão há mais de 15 anos.