O artigo de Casadevall despertou o interesse de especialistas em doenças infecciosas e outros cientistas. Os colegas começaram a mandar mensagens dizendo que queriam transformar a ideia em um projeto. Casadevall e Pirofski já estavam trabalhando em um artigo para esse fim para o Journal of Clinical Investigation: “A opção de soro convalescente para conter o Covid-19.” Desde então, esse grupo frouxo cresceu para talvez até 100 pesquisadores. Desde então, Casadevall twittou que o Projeto de Plasma Convalescente Covid-19 conta com o apoio das Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina.

A ideia deles é simples: desenvolver, simultaneamente, estudos e argumentos para "uso compassivo" para dar anticorpos séricos a pessoas com sintomas iniciais do Covid-19. O uso compassivo, o termo da Administração de Alimentos e Medicamentos para permissão especial para administrar tratamentos experimentais, geralmente é invocado para pessoas que correm risco imediato de morrer ou que têm uma doença para a qual não existe cura ou tratamento melhor. Nesse caso, eles forneceriam plasma convalescente aos pacientes do Covid-19 da mesma forma que os médicos usam o plasma por décadas - com o objetivo de impedir que as pessoas na sala de emergência acabem na unidade de terapia intensiva, respirando com um ventilador.

Como segunda possibilidade, os pesquisadores tentarão testar a profilaxia pós-exposição, dando os anticorpos às pessoas que poderia expostos ao vírus, como profissionais de saúde, para induzir imunidade enquanto os anticorpos estranhos durarem em seus corpos. Essa "imunidade passiva" não seria permanente como uma vacinação, mas poderia manter esses trabalhadores saudáveis ​​e no trabalho.

"E há um terceiro caso de uso potencial, que são as pessoas da Hail Mary que estão realmente doentes", diz Michael Joyner, fisiologista da Clínica Mayo e um dos organizadores do grupo. Ninguém sabe ainda se essa abordagem funcionará. Mas Joyner diz que é uma opção que vale a pena testar. "Em uma situação de emergência como essa, o inimigo do bem é melhor." Joyner não é especialista em doenças infecciosas; ele é um fisiologista que estuda como o oxigênio se move no corpo. Mas ele é um networker e queria fazer parte da mobilização de cientistas que lutam contra a pandemia.