Depois de rodear os tribunais da Califórnia por quase uma década, um juiz federal da Califórnia finalmente deu luz verde ao acordo de US$ 30 milhões da Apple em um processo que a acusava de não pagar milhares de seus funcionários de varejo pelo tempo gasto em verificações de segurança após a o horário oficial de trabalho terminou.
A Apple concordou com o acordo no ano passado e, na segunda-feira, o juiz distrital dos EUA, William Alsup, assinou o acordo.
O processo de ação coletiva envolveu cerca de 14.000 funcionários atuais e ex-funcionários da Apple Store na Califórnia, cada um dos quais receberá um pagamento de até US$ 1.200.
Os funcionários que entraram com a ação coletiva em 2013 trabalhavam em 52 Apple Stores em toda a Califórnia. O processo alegou que as verificações de malas realizadas pela equipe de segurança da Apple deveriam ocorrer dentro do horário de trabalho, e não após o horário de saída.
Cada busca levou entre 5 e 20 minutos para ser concluída, forçando os trabalhadores a permanecerem dentro da loja, mesmo que tivessem terminado oficialmente o dia. A prática de despachar malas durou de 2009 a 2015, quando a Apple finalmente encerrou o procedimento.
O processo alegou que a Apple estava violando a lei estadual da Califórnia ao realizar as verificações fora do horário de trabalho. Mas a empresa de tecnologia insistiu que tinha que verificar as malas para garantir que os funcionários não estivessem saindo com dispositivos roubados ou outro material importante, acrescentando que qualquer pessoa que discordasse do acordo deveria deixar suas malas em casa.
Em uma disputa de longa data entre a Apple e os demandantes, o Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Norte da Califórnia rejeitou o caso em 2015, depois de decidir que os trabalhadores poderiam realmente ter evitado as buscas se não trouxessem uma bolsa para o trabalho.
Mas depois que os demandantes recuaram, o Tribunal de Apelações do Nono Circuito dos EUA decidiu consultar a Suprema Corte da Califórnia para um entendimento mais claro sobre se as revistas deveriam ter sido feitas no relógio ou no próprio horário dos funcionários.
A Suprema Corte ficou do lado dos demandantes em 2020, dizendo que os funcionários da Apple Store ainda estavam “claramente” na loja no horário da Apple enquanto esperavam o início das buscas e também durante o tempo em que as buscas aconteciam.
“As buscas de saída sobrecarregam os funcionários da Apple, impedindo-os de deixar as instalações com seus pertences pessoais até que sejam submetidos a uma busca de saída”, disse o tribunal na época. Ele acrescentou que sua decisão deve ser aplicada retroativamente, deixando a Apple com a pesada conta de US$ 30 milhões que o juiz aprovou na segunda-feira.
Com informações de Digital Trends.