O diretor Colin Trevorrow encerrou a moderna trilogia Jurassic World de maneira dramática (e familiar) com Domínio do Mundo Jurássicoque trouxe de volta muitos dos personagens originais e dinossauros do original Parque jurassico filmes.
o Domínio A equipe fez isso com uma mistura de efeitos práticos e visuais, de acordo com a tradição da franquia de misturar a magia do filme na câmera com técnicas inovadoras de animação digital. Além de uma equipe de efeitos visuais liderada por David Vickery da ILM, Domínio confiou no John Nolan Studio para criar criaturas animatrônicas práticas que adicionaram um componente físico ao zoológico do filme.
A Digital Trends conversou com John Nolan, que atuou como supervisor de dinossauros de ação ao vivo em Domínio do Mundo Jurássicosobre o trabalho que ele e sua equipe fizeram no filme.
Digital Trends: É tão difícil ver a divisão entre animatrônicos e CG em um filme como este, então qual foi o escopo do trabalho de sua equipe no filme? Quantos dinossauros você acabou criando?
John Nolan: Bem, foi o máximo em qualquer um dos Jurassic [films] até aqui. Criamos 14 espécies diferentes e 48 dinossauros no total. O Giganotossauro, esse era o maior. Aquele era louco.
O que é necessário para construir os dinossauros e obter a aparência e os movimentos perfeitos?
Todos os dinossauros são realmente desenhados, do tamanho deles e tudo mais, por Kevin Jenkins, o designer de produção, e sua equipe. E então, é claro, há Steven Spielberg, Steve Brusatte, o paleontólogo, e todos os outros também. Então esse trabalho é facilitado para nós.
Para o movimento, poderíamos olhar para filmes anteriores de animação de dinossauros andando e tal, mas sempre há alguma licença artística em nosso trabalho. Por exemplo, se um dinossauro precisa andar por aí, podemos observar os ciclos de caminhada da ILM e, em seguida, fazer com que nossos marionetistas executem esses ciclos de caminhada. Com relação aos movimentos dos olhos e bocas e línguas e outras coisas, podemos ter um pouco de licença artística também, e experimentar algumas coisas. Contanto que o dinossauro tenha o tamanho certo, com a quantidade certa de escala e se mova da maneira certa, todos esses recursos menores podem realmente nos divertir um pouco e tentar torná-lo o mais orgânico possível.
Como você aborda tornar os dinossauros expressivos em seus movimentos faciais e tal?
A apresentação de marionetes é complicada, mas se você tem uma marionete e tem até 12 marionetes, é quase como uma orquestra tocando. No segundo em que você pega aquele boneco, há tantos olhares diferentes que você pode obter dele e tantas expressões diferentes. Você dá uma meia para um bom marionetista e eles podem transformá-lo em um personagem, sabe? Trabalhamos com marionetistas incríveis. Derek Arnold, nosso capitão marionetista, é incrível. É um desafio, mas isso é o que nos empolga.
Você mencionou isso antes, mas me conte sobre seu trabalho no Giganotossauro. Afinal, era uma das estrelas do filme.
Bem, inicialmente tínhamos uma lista de dinossauros e o Giga não estava nela. Um ano no trabalho, ouvimos que Colin pode querer esse dinossauro para algumas cenas na câmera. Então, tivemos cerca de seis meses para construí-lo, mas por causa do COVID e da programação e outras coisas, começamos a perder tempo. Os produtores disseram: “Temos três meses para fazer isso. Você acha que ainda pode adiar?” O bom do Giga foi que acabou sendo o trabalho de três departamentos trabalhando juntos. Tínhamos efeitos visuais, efeitos especiais e efeitos de criaturas trabalhando como um departamento para construir esse personagem.
Quando estávamos tentando encontrar coisas que existiam em 93, não havia muito material. Basicamente começamos com um modelo da ILM – uma espécie de modelo 3D em um programa de escultura Z-Brush – e conversamos com Colin e descobrimos exatamente o quanto ele queria alcançar na câmera. Ele queria que fosse bem na frente dos ombros de Giga, descendo pela nuca.
Então, o que foi necessário para construir a versão prática do dinossauro?
Usamos um braço robótico para cortar uma versão em escala 1:1 do Giganotossauro em poliestireno, que se tornou a base de nossa escultura. Em seguida, desnatamos o poliestireno – quase como a cobertura de um bolo – com argila à base de óleo e tivemos 20 escultores replicando todos os detalhes que existem no modelo CG. Então nós o moldamos, fizemos a skin, construímos o robô e, no set, tivemos a equipe de animação de efeitos visuais controlando o boneco junto com nosso controle ao vivo. Isso fez com que Colin pudesse filmar o máximo possível na câmera e depois estender a parte de trás do dinossauro que não está lá na pós-produção. Foi uma maneira realmente adorável de trabalhar porque uniu todas as três disciplinas.
E o Therizinossauro?
Eu amo esse, mas quer saber? Tudo o que fizemos foi a cabeça em uma vara.
Sério?
Sim. Isso é o que foi tão bom sobre o nível de qualidade da ILM e David Vickery e sua equipe. Tínhamos uma enorme loja de criaturas e estávamos construindo muitos bonecos práticos, e a equipe deles costumava olhar para o que estávamos fazendo como referência. Eles filmavam nossas marionetes práticas e aplicavam essa performance ao vivo e marionetes em seus personagens animados. Então, embora não tenhamos construído nada para esse personagem, houve uma sobreposição e apreciação maravilhosas entre os departamentos. Nós fomos influenciados por eles, e eles foram influenciados por nós. E espero que isso apareça em todos os personagens.
E o Piroraptor?
Pediram-nos para construir uma cabeça animatrônica para esse, mas não para ser usada na câmera. A razão pela qual eles queriam construir um boneco de trabalho real, porém, era para que a equipe de efeitos visuais pudesse ver as penas e como elas se movem pelo pescoço. Finola McLennan, nossa chefe de penas e peles, fez com que sua equipe tingisse cada pena individual para combinar com a arte de Kevin Jenkins. Cada pena individual foi tecida em uma rede que foi para a cabeça do animatrônico. Embora não tenha entrado no filme, foi uma ferramenta incrível para a ILM ter no set.
Passando dos dinossauros para as outras criaturas construídas para o filme, os gafanhotos gigantes, o que aconteceu em sua criação?
Sim, eles eram nojentos. Simplesmente horrível. Mas falando sério, foi lindo, porque conseguimos pegar um modelo 3D e depois imprimir em 3D todas as peças para os gafanhotos. Tínhamos cerca de 120 pequenas peças minúsculas. Havia oito mandíbulas que podiam comer comida. Tivemos que manter todos os animatrônicos longe da cabeça, porque Colin queria muito lodo molhado dentro da boca. A cabeça podia se mover em todas as direções, o corpo podia subir e descer e girar, e as quatro asas podiam se erguer e esvoaçar.
No filme, quando eles enlouquecem, sabíamos que haveria uma aquisição deles com efeitos visuais, para que pudessem aprimorar nosso animatrônico e embelezá-lo com ainda mais movimento. Então, quando você vê o boneco de gafanhoto no filme, ele é aprimorado com CG e parece tão bom. Ficamos muito satisfeitos com isso, porque é ótimo para Colin e John Schwartzman [the director of photography] para ter algo que eles possam realmente filmar e iluminar, e para o elenco interagir. É outro grande cruzamento entre os departamentos.
Qual foi a cena mais desafiadora para sua equipe? Houve uma cena que teve mais personagens animatrônicos do que o resto?
Havia oito dinossauros práticos na cena de Malta. Que cena louca foi aquela. Para o Lystrosaurus, eram cinco marionetes em uma caixa embaixo do chão. Havia três pessoas pintadas com efeitos visuais ao redor do Dimorphodon. Tínhamos alguém com a mão na parte de trás do Stygimoloch, que parecia que alguém estava tentando parir uma vaca. Você pode vê-lo no recurso “Making Of” do DVD.
Mas realmente, eu adoraria saber se as pessoas pensam que certos personagens são CG ou na câmera, porque isso faz parte do nosso trabalho: tudo o que nos importa é que eles acreditem no personagem e acreditem que é real.
Muitos elementos foram trazidos de volta do original Parque jurassico para este filme. Como foi essa experiência para você e sua equipe?
Receber o bastão dos dinossauros em um filme jurássico é uma honra incrível. Você olha para os artistas e estúdios que vieram antes, e é simplesmente incrível. Ter Jeff Goldblum e Laura Dern entrando na loja de criaturas e tocando esses bonecos, e nos contando suas anedotas de filmar em 93 – foi uma honra incrível ter a oportunidade de fazer isso. Isso é o que fez tantos de nós entrar neste negócio para começar.
Dirigido por Colin Trevorrow, Domínio do Mundo Jurássico já está disponível em 4K, Blu-ray e Digital On-Demand em uma edição especial estendida.
Com informações de Digital Trends.