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Ao procurar exoplanetas que poderiam potencialmente hospedar vida, um grande fator que os cientistas consideram na habitabilidade é a presença de água. A presença de água líquida é necessária para quase toda a vida como a conhecemos; portanto, ao procurar outros mundos que possam abrigar vida, procurar água é um bom lugar para começar. Agora, um novo estudo sugere que exoplanetas com água podem ser muito mais comuns do que pensávamos anteriormente, com muitos planetas sendo potencialmente compostos de metade água e metade rocha.

Pesquisadores da Universidade de Chicago analisaram um grupo de exoplanetas conhecidos que orbitam em torno de estrelas anãs M, que são o tipo mais comum de estrelas em nossa galáxia. Dezenas desses exoplanetas foram descobertos através de dois métodos diferentes: o método de trânsito, onde um planeta passa na frente de uma estrela e causa uma queda em seu brilho, e o método de velocidade radial, onde a gravidade de um planeta causa uma pequena mudança para um movimentos da estrela. Os pesquisadores combinaram informações de ambos os métodos para aprender mais sobre os planetas em questão.

A superfície da lua Europa de Júpiter, onde se pensa que um oceano líquido se esconde sob uma crosta gelada.
A superfície da lua Europa de Júpiter, onde se pensa que um oceano líquido se esconde sob uma crosta gelada. NASA/JPL-Caltech/SETI Institute
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“As duas maneiras diferentes de descobrir planetas fornecem informações diferentes”, explicou o coautor Enric Pallé, do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias e da Universidade de La Laguna, em um comunicado. O método de trânsito informa sobre o diâmetro do planeta e o método de velocidade radial informa sobre sua massa. Quando o tamanho e a massa são considerados juntos, você pode ver a densidade de um planeta – se é leve e inchado ou pequeno e denso.

Ao olhar para um conjunto de 43 exoplanetas, os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir quantos deles tinham densidades mais baixas, o que significava que não podiam ser feitos puramente de rocha. Muitos deles pareciam estar em torno de metade rocha e metade água.

“Fiquei chocado quando vi essa análise – eu e muitas pessoas no campo assumimos que eram todos planetas secos e rochosos”, disse o cientista de exoplanetas Jacob Bean, da Universidade de Chicago, que conduzirá pesquisas futuras sobre esse tópico.

No entanto, apesar das evidências indicarem mais mundos aquáticos do que pensávamos, isso não significa que todos esses planetas tenham água líquida em suas superfícies. Com muitos dos planetas orbitando perto de suas estrelas, é mais provável que sua água esteja abaixo da superfície – como os oceanos subterrâneos que as luas de Júpiter Europa, Calisto, Ganimedes e Io são pensados ​​para hospedar.

Essa descoberta pode até ter implicações para as teorias sobre como os exoplanetas se formam, pois pode ser uma evidência de que os planetas se formam mais longe de suas estrelas, onde as temperaturas são mais baixas e o gelo pode se formar mais facilmente, antes de migrar para dentro ao longo do tempo.

“Foi uma surpresa ver evidências de tantos mundos aquáticos orbitando o tipo mais comum de estrela na galáxia”, disse o pesquisador Rafael Luque. “Tem enormes consequências para a busca de planetas habitáveis.”

A pesquisa foi publicada na revista Science.






Com informações de Digital Trends.

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António César de Andrade

Apaixonado por tecnologia e inovação, traz notícias do seguimento que atua com paixão há mais de 15 anos.