A operação da Call of Duty League pela Activision Blizzard está agora enfrentando uma ação judicial movida por dois jogadores profissionais, alegando que a liga de esportes eletrônicos é um monopólio ilegal, prejudicando a competição e impondo condições financeiras “extorsivas” a jogadores e equipes.

Os dois jogadores envolvidos são figuras reconhecidas nos círculos profissionais de Call of Duty: Hector “H3CZ” Rodriguez, presidente da Optic Gaming, e Seth “Scump” Abner, o segundo jogador mais vitorioso na história do jogo. Eles buscam uma indenização de US$ 680 milhões da Activision Blizzard. O processo argumenta que Rodriguez, responsável pela equipe Optic Gaming Call of Duty, foi coagido a entrar em uma parceria financeiramente prejudicial com investidores bilionários para atender às exigências da Activision e garantir uma das 12 vagas na Call of Duty League.

Conforme detalhado na ação judicial recentemente apresentada no tribunal federal, antes da formação da Call of Duty League em 2019, que é propriedade da Activision, os torneios competitivos de Call of Duty eram operados por várias organizações, incluindo GameStop e Major League Gaming. A dinâmica mudou quando a Activision adquiriu a Major League Gaming e posteriormente estabeleceu a Call of Duty League, efetivamente encerrando todas as outras ligas e torneios profissionais de esportes eletrônicos de Call of Duty, exceto os operados pela própria Activision.

Desde então, a Activision, de acordo com o processo, usou seu monopólio no cenário de esportes eletrônicos de Call of Duty como uma ferramenta prejudicial. Ao contrário das ligas esportivas profissionais convencionais, não existe um acordo coletivo de trabalho entre proprietários de times e jogadores na Call of Duty League. A Activision detém a propriedade do jogo e, portanto, tem o poder de impedir que os jogadores obtenham receitas de fontes externas que não são aprovadas pela empresa.

As equipes foram obrigadas a pagar uma taxa de inscrição de US$ 27,5 milhões para participar da liga, e a Activision recebe 50% da receita proveniente da venda de ingressos, patrocínios e outras fontes de receita. Ademais, os jogadores são proibidos de comercializar o jogo Call of Duty em plataformas como Twitch ou YouTube e são compelidos a ceder acordos de patrocínio lucrativos potenciais à Activision. O processo alega que jogadores e equipes foram coagidos a aceitar “termos anticompetitivos draconianos favoráveis apenas à Activision e ao seu monopólio” ou abandonar completamente o mercado.

O processo declara: “A Activision sabia que adquirir e manter o poder de monopólio sobre este mercado permitiria à Activision assumir uma parte exorbitante desta receita, deixando as sobras restantes (e todo o risco financeiro) para os jogadores e equipes em cujas costas a Activision ganharia essa receita”.

Ademais, o processo aponta que a demissão em massa na divisão de esportes eletrônicos da Activision Blizzard no início deste ano, que levou ao fim da Overwatch League, causou danos adicionais. A empresa foi acusada de ter “derrubado a Activision CoD League”, acrescentando insulto a danos significativos.

A Activision Blizzard, ao responder ao processo, afirmou que este “não tem base de fato ou de lei” e que defenderá vigorosamente suas posições. O porta-voz da empresa afirmou que estão desapontados com a ação judicial, considerando-a perturbadora para proprietários de times, jogadores, fãs e parceiros que investiram esforço na Call of Duty League. Vale mencionar que a Activision Blizzard resolveu um processo antitruste com o Departamento de Justiça dos EUA no ano passado, relacionado às ligas de Overwatch e Call of Duty, removendo uma taxa de “imposto de equilíbrio competitivo” que limitava os salários dos jogadores.