O filme começa em um orfanato de Rylstone, Nebraska. Eden, um jovem encarregado, cumprimenta outro garoto que sai de um milharal. Ele pega uma faca grande de uma mesa, entra e começa a matar os adultos. Quando nem as autoridades conseguem detê-lo, eles chegam com um tranquilizante para vacas e colocam gás em todos lá dentro. Eden é a única sobrevivente do massacre, tendo vagado pelo milharal, onde passou quase uma semana antes que as autoridades a encontrassem. Ela é então “adotada” pelo pastor da cidade.

Algum tempo depois, os adultos sobreviventes se encontram para discutir uma oferta do “milho grande” para cultivar milho transgênico, carregado de pesticidas e outros produtos químicos que arruínam suas plantações. A partir daí, a cidade não tem escolha a não ser participar de um subsídio para não cultivar milho. Quando as opiniões das crianças sobre o assunto são rejeitadas, alguns dos adolescentes mais velhos planejam uma vergonha pública, convidam um jornalista para a cidade e planejam realizar um “julgamento” falso. O jornalista não chega, e quando chegam os adolescentes mais velhos, Eden já matou alguns dos adultos. Os demais são presos, apenas para serem gaseados como antes, e transferidos para uma cova nos milharais, onde são enterrados vivos. As coisas só ficam mais selvagens a partir daí.

Este novo Filhos do Milho é menos um remake do que uma reimaginação. Mais notavelmente, os adultos não são o foco; as crianças são. E ao contrário do original, não há fanáticos religiosos administrando a cidade. Em vez disso, o novo filme apresenta uma cidade de crianças sendo liderada por Eden. Interpretada por Kate Moyer, Eden é adorável e perturbadoramente má. E seu raciocínio por trás do massacre dos adultos é uma combinação de comentários ecológicos e angústia e raiva geral dos adolescentes.

Eden é a melhor parte do filme. Ela tem uma certa insanidade que parece muito autêntica e muito adulta. Ela não era apenas uma criança que reclamava de ir dormir mais tarde ou de um brinquedo quebrado. Ela tinha problemas e preocupações genuínos; ela apenas os resolveu com uma abordagem mais “Michael Myers” do que a maioria das pessoas faria.

O governo entra, prometendo riquezas à cidade se eles forem contra seus métodos agrícolas tradicionais, usando sementes geneticamente modificadas e pesticidas tóxicos. Quando isso não dá certo, os adultos estão prontos para abandonar tudo, pegando a saída mais rápida. Enquanto isso, as crianças estão preocupadas com seu futuro, pensando em seu legado e em que tipo de mundo seus pais estão deixando para elas. É tudo muito óbvio, mas, ao mesmo tempo, serve ao enredo sem parecer pesado.

Ademais, Eden acrescentou trauma devido ao abuso que sofreu nas mãos do pastor (que paga por seus pecados não especificados – mas inegáveis). As experiências dela dão a você a sensação de que Eden estava perto de perder a cabeça, mesmo antes a influência de Aquele que Caminha, a entidade sobrenatural que vive no milho. Não tenho certeza se esses motivos óbvios são apenas porque se encaixam na história ou se é porque jovens malvados sem motivo discernível são muito perturbadores.

O resto do elenco é principalmente um borrão de rostos. O único outro personagem que ganha tempo na tela é Bo, interpretado por Elena Kampouris. Ela é uma jovem de 17 anos que está saindo da cidade para estudar microbiologia, com a intenção de voltar para consertar as plantações. Ela lidera os outros adolescentes mais velhos em sua tentativa de rebelião, mas esses adolescentes não fazem muito além de concordar com Bo. Há a jornalista de quem mais se fala do que se vê. Há o pastor, cujos pecados são mencionados, mas nunca vistos. Há o pai de Bo, que pode ser o prefeito da cidade – nunca é especificado, e o irmão mais novo de Bo, que é esquecido quando se junta à causa de Eden. Depois, há legiões de crianças que são apenas creditadas como “Eden’s Posse”.

Aquele que Anda é visto demais neste filme. No filme original, você não vê Aquele que anda atrás das fileiras até o ato final do filme, mas nesta versão de Filhos do Milho, a entidade é vista com frequência e não é particularmente assustadora. Ele foi projetado para se parecer com um demônio do milho, embora, no final das contas, pareça um desenho de criança trazido à vida. Não posso deixar de me perguntar se é para ser algum tipo de mensagem anti-OGM – que os OGMs e os pesticidas criaram Aquele que caminha. O filme não deixa claro qual é o seu propósito exato. Independentemente disso, as crianças imundas e manchadas de sangue são muito mais assustadoras e, como Aquele que Anda está tão presente, ele perde sua mística.

Children of the Corn é muito mais sangrento do que o filme original. Embora faltou o assassinato em massa chocante e aparentemente não provocado do original no início do filme, mais do que compensou com algumas mortes verdadeiramente sangrentas. Uma pessoa tem os olhos arrancados; outro é rasgado ao meio. Teve até uma cena com as crianças basicamente brincando com sangue de porco. Se você gosta de seus filmes de terror sangrentos, este é para você. Talvez seja por causa do sangue extra, mas a música era um pouco pesada, tornando-a desnecessariamente dramática, quando o sangue e a situação fizeram um bom trabalho nisso.

Em última análise, Children of the Corn é muito diferente do original, mas é um remake que foi atualizado de forma útil e importante. Em vez de apenas refazer um bom filme, um novo giro foi colocado no conceito e atualizado com as preocupações atuais, como transgênicos, excesso de governo e mudança climática. O roteiro, escrito pelo diretor Kurt Wimmer, era sólido – nada de especial, mas nada de ruim. A atuação foi boa, especialmente o protagonista Eden. Foi divertido, foi sangrento e havia crianças aterrorizantes e sedentas de sangue correndo por todo o lugar.

Via Game Spot. Post traduzido e adaptado pelo Cibersistemas.pt