Warhammer 40K Darktide adiciona uma nova ruga intrigante à fórmula Left 4 Dead

Foi apenas alguns meses atrás que escrevi sobre o legado de Left 4 Dead e seus muitos descendentes que surgiram ao longo dos anos. Esses “atiradores de hordas”, como eu os chamo, são tão numerosos que é difícil obter uma contagem precisa, mas uma das equipes que faz o melhor trabalho nesse espaço há muito tempo é o Fatshark. Primeiro com os dois jogos da série Warhammer Vermintide, e agora com o próximo spin-off de Warhammer 40K, Darktide, foi divertido ver como essa equipe reimaginou e às vezes melhorou o núcleo desses jogos criados por Left 4 Dead quase 15 anos atrás.

O recente beta fechado do Darktide foi mais um exemplo de como os estúdios que fazem jogos como Left 4 Dead não se contentam em apenas refazer o mesmo material, mas procuram redefinir o gênero de atirador de hordas cooperativo. Darktide adiciona uma nova ruga com seu robusto criador de personagens que dá propósito e personalidade ao meu anti-herói mutilador de monstros como poucos jogos do subgênero já fazem.

Em Darktide, a seleção de personagens é muito mais do que escolher uma classe ou um rosto favorito. Você não escolhe um personagem tanto quanto cria um desde o início, representando toda a sua vida através de uma história detalhada que parece arrancada da bíblia da tradição de Warhammer. Com sua história atrelada aos RPGs de mesa, talvez eu devesse ter previsto, mas como é uma faceta que nem Vermintide oferecia, me pegou de surpresa.

Depois de selecionar minha classe, imaginei que seria levada para um saguão de encontros. Em vez disso, recebi páginas e mais páginas de conhecimento para escolher, com cada página ajudando a formar a história da vida do meu personagem até aquele ponto. No início de Darktide, você está saindo de algum tipo de colônia prisional – francamente, como alguém não familiarizado com a tradição de Warhammer, muito disso passa pela minha cabeça, mas isso também é parte do que torna a criação do personagem tão interessante aqui; contextualiza quem eu sou e onde estive de uma forma que outros jogos como ele não fazem.

Como um “Rejeitado” na sociedade, destinado ao degrau mais baixo da escada social, as probabilidades parecem empilhadas contra mim assim que assumo o controle do meu personagem. Deixado com pouco em que confiar além de alguns outros párias ao meu lado e quaisquer habilidades que eu possa possuir como resultado da minha seleção de classe, o caminho à frente parece sombrio, embora familiar para os fãs desse tipo de jogo – cabeça este caminho e se preparar para o impacto, seu design de nível implica. Mas minutos antes, eu trouxe esse anti-herói ao mundo, e sua história de fundo parece diferente em minhas mãos. Isso me dá não apenas um propósito, mas através do meu próprio headcanon, um estilo de combate também.

Eu pude escolher como minha personagem, a quem chamei de Slone, era quando criança, o que ela experimentou enquanto crescia e qual é seu planeta natal. Eu decidi que Slone nasceu em Rocyria, um planeta focado na agricultura, onde ela passou um tempo como agricultora de algas, produzindo em massa uma colheita bruta, mas abundante, usada para alimentar de forma barata as massas superpovoadas do universo Warhammer 40K. Crescendo, ela sobreviveu por conta própria, apresentando-se como adivinho para qualquer um que procurasse um vislumbre do futuro, mas esse tipo de comportamento a deixou como um pária para uma sociedade que considera tais Psykers, ou bruxas Warhammer, cidadãos de segunda classe. .

Se ela estava fingindo suas habilidades ou não, parece que depende de mim – eu gosto de pensar que ela estava – mas seu “Momento Definitivo”, para usar as palavras do jogo, vem quando ela tem um verdadeiro despertar e descobre que está, em fato, um Psyker. Não mais uma vigarista solitária, agora uma bruxa confirmada, Slone foi enviada a bordo dos Navios Negros, um comboio de transporte que a levará para longe de casa e a forçará a conter suas habilidades ou servir ao estado – e tudo isso é apenas porque ela foi poupado do destino usual de um Psyker: execução.

Escolher sua personalidade inclui um comportamento e uma voz, que pinta Slone em cores ainda mais vibrantes, e por causa de sua história, descobri que revelei características visuais únicas, como olhos vidrados que aparentemente são exclusivos da minha criação. Eu então mudo ainda mais seu rosto, tatuagens, cicatrizes e cabelos, dando a ela a aparência que eu sinto que se encaixa na história que ajudei a criar para ela. Seu último detalhe é seu crime – a explicação de por que ela está no navio da prisão em primeiro lugar. Slone foi preso injustamente por protestar e se rebelar contra o Império tirânico.

Seus anos de conflito ou detenção injusta não importam para a classe dominante, mas fora do jogo, todos esses detalhes me imbuem de um espírito de luta mais vivo. À medida que o jogo realmente começa e logo estou cortando hordas de monstros e milicianos, ou estou usando os poderes Psyker de Slone para literalmente arrancar as cabeças deles à distância, cada ação vem de um local de trauma para ela, como se ela fosse um animal enjaulado, não mais disposto a ser cutucado por seus senhores.

Eu deixei Slone ceder à sua sede de sangue porque ela já viu mais do que o suficiente em seu tempo e não está disposta a morrer por uma causa indigna. Ela está lívida. As animações de combate do jogo pintam essa imagem muito bem por conta própria, mas ter a história dela em minha mente leva mais longe para mim, de uma maneira que parece pessoal. Meus parceiros cooperativos não têm esses detalhes sobre ela, mas eu tenho, e isso é o que mais importa.

Não há existências pacíficas em Darktide. Todos lá foram dobrados e distorcidos pela classe dominante corrupta e agora se encontram lutando por suas vidas com os estranhos companheiros de outros prisioneiros, cada um trazendo suas próprias histórias para a briga. Embora eu precise de mais tempo para entender o quão bem Darktide pode se basear nos princípios do atirador de hordas, o profundo criador de personagens já se destaca como uma das inovações mais legais do gênero em anos.