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O Japão pode ser um líder em inovação e tecnologia, mas esta semana uma figura proeminente do governo revelou como às vezes também gosta de manter tecnologias antigas.

Dias depois de assumir o cargo de Ministro de Assuntos Digitais do país, Taro Kono twittou: “O Ministro Digital declara guerra aos disquetes”.

Isso mesmo, disquetes, aqueles objetos de plástico que armazenam dados que nossos bisavós costumavam colocar em computadores. Embora no Japão, algumas pessoas ainda o façam.

Kono disse que existem “cerca de 1.900 procedimentos governamentais” que envolvem membros da comunidade empresarial tendo que usar algum tipo de disquete, incluindo o tipo disquete.

Ministro Digital declara guerra aos disquetes.
Existem cerca de 1.900 procedimentos governamentais que exigem que a comunidade empresarial use discos, ou seja, disquete, CD, MD, etc. para enviar solicitações e outros formulários. A Agência Digital está mudando esses regulamentos para que você possa usar online.

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— KONO Taro (@konotaromp) 31 de agosto de 2022

Em uma tentativa ousada de levar o trabalho do governo para o século 21 – 22 anos depois que chegou e 11 anos depois que a Sony fabricou o último disquete – Kono disse que quer finalmente substituir o meio de armazenamento e fazer tudo online.

Não é a primeira vez que Kono parte para a ofensiva contra a tecnologia antiga. Falando no ano passado em seu cargo anterior como ministro da Reforma Administrativa, ele deixou claro seu desejo de livrar os departamentos do governo das máquinas de fax, sugerindo que o e-mail pode ser uma maneira melhor de se comunicar. Mas alguns departamentos do governo resistiram, argumentando que as máquinas de fax eram mais seguras do que a comunicação online.

Os comentários de Kono seguiram as críticas no início da pandemia em 2020, quando os médicos reclamaram de ter que escrever à mão documentos sobre novos casos de COVID antes de enviar as informações por fax aos centros de saúde pública como parte do processo de coleta de dados. Um sistema de relatórios online foi finalmente introduzido em agosto de 2020.

Mas talvez não devêssemos ser muito duros com o Japão. Afinal, foi apenas três anos atrás que os militares dos EUA finalmente abandonaram um sistema da década de 1970 que usava disquetes para as funções operacionais das forças nucleares do país, substituindo-os por uma solução de armazenamento digital de estado sólido.

A guerra de Kono contra os disquetes traz à mente outro episódio em 2018, quando, um mês depois de ser nomeado ministro de segurança cibernética do Japão, Yoshitaka Sakurada admitiu abertamente que nunca havia usado um computador.

“Desde que eu tinha 25 anos e sou independente, instruo minha equipe e secretárias”, disse ele na época, acrescentando: “Nunca usei um computador na minha vida”.

Sakurada não está mais no posto.






Com informações de Digital Trends.

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António César de Andrade

Apaixonado por tecnologia e inovação, traz notícias do seguimento que atua com paixão há mais de 15 anos.