Embora estejamos aprendendo mais sobre Marte do que nunca, graças aos rovers, orbitadores e aterrissadores que visitam o planeta, ainda há muito que aprender sobre como Marte se formou, sua história e do que é composto agora. O rover Perseverance explora a cratera Jezero de Marte desde que pousou lá em 2021, e agora os cientistas lançaram um lote de novas pesquisas que podem nos ajudar a entender melhor a história e a geologia do planeta.

Uma grande descoberta é que as rochas que Perseverance encontrou no fundo da cratera Jezero são rochas ígneas, formadas a partir de lava resfriada. Isso é empolgante porque ajuda os cientistas a datar eventos na história marciana, como quando as rochas interagiram com a água. “De uma perspectiva de amostragem, isso é enorme”, disse um dos pesquisadores, David Shuster, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, em um comunicado. “O fato de termos evidências de alteração aquosa de rochas ígneas – esses são os ingredientes com os quais as pessoas estão muito empolgadas, no que diz respeito à compreensão das condições ambientais que poderiam ter sustentado a vida em algum momento após a formação dessas rochas”.

O rover Perseverance Mars tirou esta selfie em 10 de setembro de 2021 - sol 198 da missão - na Cratera Jezero depois de perfurar uma rocha chamada 'Rochette'.
O rover Perseverance Mars tirou esta selfie em 10 de setembro de 2021 – sol 198 da missão – na Cratera Jezero depois de perfurar uma rocha chamada ‘Rochette’. Amostras de rochas do chão da cratera serão trazidas de volta à Terra e analisadas para caracterizar a geologia do planeta e o clima passado. NASA/JPL-Caltech/ASU/Malin Space Science Systems

“Um grande valor das rochas ígneas que coletamos é que elas nos contam quando o lago estava presente em Jezero. Sabemos que estava lá mais recentemente do que as rochas do fundo da cratera ígnea se formaram”, explicou Ken Farley, da Caltech, cientista do projeto Perseverance e principal autor de um dos artigos recentes em outra declaração. “Isso abordará algumas questões importantes: quando o clima de Marte era propício para lagos e rios na superfície do planeta e quando mudou para as condições muito frias e secas que vemos hoje?”

As rochas ígneas são ótimas para entender a história da água no planeta, mas não são tão boas para outro trabalho de Perseverance: procurar sinais de vida antiga. Se alguma vez existiu vida em Marte, nossa melhor esperança de encontrar evidências disso seria observar rochas sedimentares, que geralmente se formam em condições aquosas quando camadas de sedimentos são transportadas por lagos ou rios.

Para encontrar essas rochas sedimentares, a Perseverance está atualmente explorando uma área de Jezero onde antes havia um delta de rio. Este delta será rico em rochas sedimentares das quais a Perseverance está coletando amostras para que possam ser trazidas de volta à Terra para estudo em uma futura missão Mars Sample Return.






Com informações de Digital Trends.

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António César de Andrade

Apaixonado por tecnologia e inovação, traz notícias do seguimento que atua com paixão há mais de 15 anos.