Particularmente preocupante, diz Wray, é como as linhas claramente claras estão se esvaindo entre movimentos terroristas "estrangeiros", como a Al-Qaeda ou o ISIS, e grupos terroristas domésticos motivados pela supremacia branca ou pela aversão ao governo dos EUA. "Estamos monitorando muito de perto uma tendência que pode estar começando a surgir, por exemplo, de atores neonazistas aqui nos EUA que estão se comunicando on-line com pessoas semelhantes no exterior", explica Wray, falando por telefone a partir do sétimo dia. - suíte do diretor do andar central da sede do FBI em Washington, DC, que foi esvaziada em grande parte como parte da pandemia de Covid-19.
De fato, as notícias do Covid-19 enterraram uma onda recente de atividades e desenvolvimentos do FBI e do governo dos EUA em torno do terrorismo doméstico. Isso inclui uma trama bizarra de terror no mês passado em Kansas City, onde um suposto homem-bomba foi morto em um confronto com agentes do FBI, enquanto ele tentava atingir um hospital que atendia pacientes do Covid-19.
"A RIM é um grupo terrorista que fornece treinamento em estilo paramilitar para neonazistas e supremacistas brancos, e desempenha um papel importante na tentativa de reunir europeus e americanos com ideias semelhantes em uma frente comum contra seus inimigos", disse Nathan Sales, o coordenador de contraterrorismo do Departamento de Estado ao anunciar a designação. “A RIM tem duas instalações de treinamento em São Petersburgo, que provavelmente estão sendo usadas para ataques florestais e urbanos, armas táticas e treinamento de combate corpo a corpo.”
O Departamento de Estado apontou o envolvimento da RIM em uma trama de terror escandinava em 2016, quando dois homens suecos viajaram em agosto daquele ano às instalações da RIM em São Petersburgo para 11 dias de treinamento em estilo paramilitar e retornaram ao seu país de origem para lançar uma série de terroristas. ataques.
De acordo com autoridades e observadores do contraterrorismo, os movimentos supremacistas brancos como a RIM refletem cada vez mais a abordagem global usada pelo ISIS para construir e promover um "califado virtual" de possíveis extremistas pouco ligados, inspirados de longe.
"Vimos redes desse grupo supremacista branco dizer: 'Vamos usar a internet e as mídias sociais para criar uma rede de criatividade sobre o nacionalismo branco e as crenças neonazistas. Vamos colocar mais de nossa ideologia em fóruns públicos, exortar as pessoas a agirem e elogiá-las em todo o mundo '', diz Mary McCord, uma promotora veterana de segurança nacional que atuou no início do governo Trump como advogada assistente interina de segurança nacional e agora leciona na Georgetown Law. "Quando alguém realizava um ataque, o ISIS o reivindicava como soldado do califado, mesmo que houvesse zero evidência de contato físico".
Essa mesma evolução ocorreu entre os supremacistas brancos. O australiano que matou 49 pessoas no massacre de Christchurch, na Nova Zelândia, no ano passado, fez referência a atiradores de motivação racial como Dylann Roof e Anders Breivik em seu manifesto distorcido. "Você vê atacantes referenciando outros ataques e ataques mais antigos, como Dylann Roof", diz McCord. “Isso me lembra muito quando o ISIS entrou em cena. A ideologia é global. Os rótulos nacionais e estrangeiros são absolutamente inúteis hoje. ”
