Embora os PFASs continuem predominantes na indústria de vestuário, estão sendo feitos progressos para recuperá-los. Philip Tavell é um ex-esquiador profissional e gerente de categorias ao ar livre da Helly Hansen. Ele passou os últimos quatro anos liderando uma pequena equipe no desenvolvimento do novo tecido Lifa Infinity Pro, que chegará ao mercado ainda este ano.
“O material é meio simples, pelo menos em teoria”, diz Tavell. “Tanto o tecido quanto o fio são hidrofóbicos, o que significa que não absorvem água. Fizemos isso sem nenhum tratamento químico. A estrutura tecida é projetada para formar a água, como um revestimento. Isso fornece uma superfície consistente, durável e seca. ”
Como os produtos químicos se desgastam muito mais rápido que as fibras, a jaqueta mantém suas propriedades impermeáveis inerentes por mais tempo do que as conchas de chuva tratadas com PFASs. A desvantagem é que a roupa quase não tem alongamento, o que a torna útil para esquiar em resorts, velejar e fazer caminhadas, mas menos excelente para escaladas, esqui de fundo ou atividades que exigem mais agilidade.
As colaborações estão florescendo entre diferentes empresas do setor. Tavell diz que Helly Hansen está considerando o código aberto da tecnologia desenvolvida. “Muitas pessoas concordam internamente que deveríamos”, diz ele. “Já tivemos pedidos de licença”.
A Gore, fabricante da Gore-Tex e fornecedora líder de tecidos à prova d’água, também está trabalhando para eliminar PFASs de seus produtos. Em 2017, a empresa estabeleceu metas internas para remover PFASs de todos os produtos de consumo. Apesar dos contratempos iniciais, seu objetivo é ser totalmente livre de PFAS até o final de 2023.
“Começamos a explorar alternativas de DWR em 2012, trabalhando com fornecedores de produtos químicos de todo o mundo”, diz Jon Hammerschmidt, que trabalha em iniciativas de tecidos sustentáveis para a empresa. “Alguns anos atrás, lançamos o projeto internamente, para desenvolver nossos próprios Tecnologia de revestimento e membrana sem PFAS. ”
Hammerschmidt respeita a complexidade do problema, reconhecendo que uma jaqueta impermeável precisa esticar, respirar e manter a água ao mesmo tempo. Essas qualidades geralmente estão em desacordo. Uma vez que este coquetel é dominado, o próximo obstáculo é a durabilidade. Aumentar a vida útil de uma peça de roupa tem um impacto significativo em sua pegada ambiental. Por fim, qualquer solução em potencial precisa ser capaz de ser produzida em escala, pois a Gore fornece materiais para muitas empresas de vestuário.
“Quando lançamos nosso primeiro DWR livre de PFAS prejudicial em 2018, a maioria das marcas ficou animada, mas precisou de tempo para confirmar o que podia e o que não podia fazer”, diz Hammerschmidt. mas não substitui todas as conchas de chuva. Esse é o desafio que estamos tentando resolver agora. ” A Gore agora está fazendo parceria com equipes de fora da empresa, incluindo pesquisadores acadêmicos, esforços de crowdsourcing e empresas parceiras.
Uma parceria corporativa é com a Mountain Hardwear. Steve Adams é um gerente de produtos lá. “Nesta primavera, mudamos 80% de nossas jaquetas para um DWR sem PFAS, após um ano de testes de campo”, diz Adams. “O último desafio é o desempenho de alto nível”.
Outro parceiro de Gore, Norrona, fez progressos semelhantes; Atualmente, 72% de seus produtos DWR não contêm PFAS. “Estamos trabalhando no sentido de nos tornarmos completamente livres até o final de 2020, uma meta que estabelecemos com a Gore-Tex”, diz Brad Boren, diretor de inovação e sustentabilidade da Norrona. “Infelizmente, nenhum de nós alcançará esse marco, principalmente porque alguns tecidos de desempenho ainda não estão lá”.
A equipe de pesquisa em Norrona adotou uma abordagem única. Desenvolveu novas fibras a partir de recursos renováveis de biomassa, como fibras de plantas, que são mais macias e mais fortes do que as fibras derivadas de combustíveis fósseis, que hoje compõem a maioria dos produtos sintéticos no mercado. Boren credita o progresso de sua equipe à colaboração com outras empresas e organizações sem fins lucrativos.
