"Estamos todos em casa, mas não estamos sozinhos", diz Jeffers, de seu apartamento em Belfast. "Estamos juntos nessa."
Jeffers faz parte de uma pequena frota de autores de livros infantis que acessaram o Instagram, Facebook e YouTube nos últimos dias para entreter e superar as distâncias sociais das crianças que ficam presas em casa. Alguns autores se uniram sob iniciativas como "Stay-in Storytime" e "Operation Storytime". À medida que mais e mais famílias começaram a atender às ordens de permanecer em casa, o movimento trouxe uma verdadeira lista A de crianças acesas. O vencedor do Newbery Matt de la Peña, roteirista John August e Eva Chen, do Instagram, agora postaram vídeos de si mesmos lendo seus próprios livros nas mídias sociais. Celebridades famosas de Hollywood como Jennifer Garner e Josh Gad estão até participando de leituras virtuais em voz alta.
As histórias gravadas não são novas na internet. Mas a onda de histórias virtuais, particularmente as leituras ao vivo, surgiu como outro uso das mídias sociais em resposta à disseminação do Covid-19, que também levou os vizinhos a organizar e compartilhar recursos pelo Facebook.
As histórias também oferecem alguns minutos de precioso alívio para pais e cuidadores. Jeana Tecci recebeu apenas algumas horas de antecedência antes que o fechamento da escola em seu subúrbio de Boston a deixasse com sua filha de 4 e 6 anos em casa. Como milhares de pais, ela agora tinha a responsabilidade de apresentar planos para um período indefinido de educação em casa improvisada.
Ela aprendeu sobre a série "Lunchtime Doodles", ao vivo de Mo Willems, no YouTube, na segunda-feira, com outra mãe no Facebook e começou a sintonizar. No primeiro episódio, o autor e ilustrador do livro popular Não deixe o pombo dirigir o ônibus!, orienta as crianças no desenho passo a passo de um pombo.
"Eles amam seus livros, o que foi emocionante para eles", diz Tecci. Willems, que filma de sua casa, incentiva os telespectadores a enviarem seus desenhos por e-mail e fazer perguntas. (Os filhos de Tecci perguntaram: Quantos anos você tem?) Desde então, esse episódio de pinguins acumulou quase 2 milhões de visualizações, com os seguintes episódios acumulando visualizações nas centenas de milhares.
Os benefícios do aprendizado de idiomas da leitura em voz alta também não são perdidos no vídeo - então, sim, o Instagram faz contam como uma atividade educacional. "É um presente maravilhoso poder ouvir um autor ou ilustrador ler um livro que eles criaram", diz Molly Collins, que leciona na Peabody College of Education de Vanderbilt e pesquisa a aquisição de vocabulário e o pensamento inferencial de crianças em idade pré-escolar durante a leitura de livros de histórias. Ainda assim, ela incentiva os pais a tentar não manter os filhos sozinhos com um iPhone e uma transmissão ao vivo. “Pais e cuidadores em casa podem ouvir seus filhos e depois fazer perguntas ou conversar sobre a história depois”, diz ela.
Depois, há os benefícios mais nebulosos. Há o prazer compartilhado pelos livros favoritos que, momentaneamente, eclipsam o estresse e o medo. As crianças, ainda se adaptando a uma nova realidade, sem os colegas de classe e os playgrounds, podem espiar a vida de outra pessoa que fica em casa como elas. As transmissões programadas ao vivo fornecem a forma necessária para os pais e as horas não estruturadas de seus filhos. Tecci ainda está tentando descobrir como preencher os horários dos filhos - os recursos on-line para os pais agora, ela diz, são difusos e desorganizados. Ela não tem certeza de quando a escola começará novamente ou o que está por vir.
Mas pelo menos, na hora do almoço todos os dias da semana, seus filhos podem esperar desenhar com Mo Willems no YouTube. Willems usa óculos grossos de armação preta. Sua voz é calma e musical. Ele termina seu primeiro episódio com um doodle abstrato de linhas interconectadas. "Vou chamar esse doodle de 'estamos todos conectados' ', porque estamos", diz ele.
Talvez seja schmaltzy; talvez haja verdade no schmaltz. Mas a parte importante é o que ele diz a seguir: "Vejo você amanhã".
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