As autoridades da Finlândia e da Europol anunciaram na terça-feira a apreensão de Piilopuoti, um mercado de drogas que opera na rede Tor desde maio de 2022.

Projetada para facilitar a navegação e comunicação gratuitas e anônimas na Internet, a rede Tor também é usada por cibercriminosos para realizar atividades ilegais, incluindo a venda de malware, drogas, armas e outros produtos ilícitos.

Um website em língua finlandesa, Piilopuoti, foi aberto no ano passado como um serviço oculto, permitindo o comércio anónimo de narcóticos que normalmente eram contrabandeados do estrangeiro para a Finlândia, dizem as autoridades finlandesas.

A Alfândega Finlandesa investigou o dark web site em cooperação com as autoridades alemãs e lituanas, a Europol, a Eurojust e empresas privadas de segurança cibernética.

Após a remoção, as autoridades apreenderam o conteúdo do servidor web do site e substituíram a página inicial do domínio por um aviso de que havia sido apreendido.

Detalhes específicos sobre a remoção, no entanto, não serão divulgados agora, enquanto a investigação sobre o assunto continua, anunciou a Alfândega Finlandesa.

Ao comentar a apreensão, várias empresas de cibersegurança, incluindo a Bitdefender, que ajudou na investigação, sublinharam a necessidade de cooperação entre as autoridades e o setor privado na investigação e eliminação de sites ilícitos semelhantes.

“Esta operação sublinha o poder da colaboração entre os setores público e privado na interrupção de atividades ilegais online. Serve como uma mensagem clara para os criminosos que acreditam ser intocáveis ​​na dark web: os esforços internacionais os levarão à justiça”, disse o diretor sênior da Bitdefender, Alexandru Catalin Cosoi, em um comentário enviado por e-mail.

Tim West, da WithSecure, destacou que derrubar um mercado dark web não é uma tarefa fácil e que tais ações exigem “uma quantidade incrível de dedicação e colaboração”.

“Esta não é a primeira paralisação do mercado dark web este ano, com o Genesis Market sendo apreendido em abril. Estas paralisações demonstram realmente o poder da cooperação entre os “bons” na luta contra o crime cibernético, especialmente entre os setores público e privado”, disse West.

O cientista-chefe da Rapid7, Raj Samani, também aponta que esta remoção mostra que a dark web, que historicamente permitiu que os cibercriminosos operassem sem medo de serem identificados, não oferece mais o mesmo nível de anonimato.

“O anonimato absoluto não é mais uma coisa, nem a capacidade de realizar atividades na dark web é totalmente isenta de riscos”, observou Samani.

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António César de Andrade

Apaixonado por tecnologia e inovação, traz notícias do seguimento que atua com paixão há mais de 15 anos.