Quem diria que vibrar uma minhoca ligeiramente embriagada em um alto-falante de subwoofer em um galpão de quintal poderia dar à Austrália um dos prêmios de ciências mais procurados do mundo.
Mas aconteceu.
E também pode mudar radicalmente a compreensão dos cientistas sobre como o cérebro funciona e como interagir com ele.
A Universidade de Harvard vem promovendo seu Ig Nobel Awards global (por pesquisas improváveis) por quase três décadas, com os participantes sendo instruídos a “primeiro fazer as pessoas rir e depois fazê-las pensar”.
A abordagem original do pesquisador da Universidade de Tecnologia de Swinburne, Dr. Ivan Maksymov (mas no galpão), rendeu-lhe um dos dez prêmios ‘Ig Nobel’ a serem entregues no final deste ano.
O Dr. Maksymov trabalhou ao lado de Andrey Pototsky, do Departamento de Matemática de Swinburne.
Como parte do estudo, a dupla testou quatro espécies comuns de minhocas em uma tentativa de demonstrar que a vibração vertical de vermes vivos – deitados horizontalmente em uma superfície sólida e gorda – resulta no início de ondas corporais subarmônicas semelhantes a Faraday.
Eles disseram que isso é possível porque as minhocas têm um esqueleto hidrostático com uma pele flexível e uma cavidade corporal cheia de líquido.
“A capacidade de excitar ondas corporais sub-harmônicas não lineares em um organismo vivo poderia ser usada para sondar e, potencialmente, controlar processos biofísicos importantes, como a propagação de impulsos nervosos, abrindo caminhos para abordar questões biológicas de impacto fundamental”, afirma a pesquisa. papel disse.
Seu trabalho foi inspirado na teoria de um cientista dinamarquês de que o cérebro não funciona apenas usando pulsos elétricos baseados em nervos, mas também sinais acústico-mecânicos (ou ondas sonoras).
O experimento do verme vibrante em um galpão de quintal também ajudou a destacar novas maneiras de explorar o funcionamento do cérebro.
“Tive a sorte de ingressar no Center for Nanoscale BioPhotonics (CNBP) porque fui inspirado e encorajado a apresentar ‘ideias selvagens’ e realizar pesquisas pioneiras”, disse o Dr. Maksymov.
“As minhocas foram usadas porque são baratas, não exigem aprovação ética e seus axônios são um tanto semelhantes às fibras nervosas de mamíferos.
“Ademais, pode-se facilmente anestesiar um verme com vodka.”
O Dr. Maksymov começou seu trabalho no Center for Nanoscale BioPhotonics, na Macquarie University, onde a ideia de usar minhocas foi sugerida.
O Prêmio Ig Nobel atua como uma vitrine para abordagens criativas e diferentes para resolver problemas sérios e complicados.
A cerimônia será realizada hoje com a dupla australiana de cientistas que receberá o ‘prêmio de física’.
No ano passado, pesquisadores australianos levaram para casa o mesmo prêmio por um estudo que investigou como os wombats produzem cocô em cubos.