É um grande negócio que outro exclusivo do PlayStation 4 tenha chegado ao PC. Desta vez, é o jogo de ação em mundo aberto Horizon Zero Dawn. Pode ter pouco mais de três anos neste momento, mas as portas de PC adequadas de ex-exclusivos tendem a oferecer uma maneira ideal de tocar para um público maioritariamente novo. No meu caso, eu estava apenas empolgado para reproduzir um dos jogos de destaque de 2017 com recursos visualizados, taxas de quadros mais altas e, nesse caso em particular, controles de teclado e mouse. Após cerca de 12 horas com esta versão, obtive resultados muito variados.
Horizon Zero Dawn é uma experiência visualmente cativante; sua representação da natureza e do deserto é rica em vegetação densa, vastas cadeias de montanhas e vastos desertos. Remanescentes do passado de alta tecnologia do mundo com máquinas imponentes e bestiais também contrastam com os ambientes de uma maneira fascinante que o leva a descobrir mais mistérios da história. É tudo parte do motivo pelo qual uma versão para PC é tão importante. No entanto, na atual fase de pré-lançamento, problemas de desempenho e algumas deficiências gráficas podem ofuscar esses elementos.
(Você pode assistir à revisão da versão PS4 a partir de 2017 no vídeo acima ou ler a revisão original do Horizon Zero Dawn.)
Durante o tempo em que joguei o Horizon no PC, usei um equipamento equipado com um Core i7-7700K, RTX 2080, 16 GB de RAM e um SSD Samsung 970 Pro NVMe – um sistema bastante sofisticado. Também usei a resolução ultra-ampla de 2560×1080 (21: 9) e ajustei todas as opções gráficas ao máximo, juntamente com o TAA (antialiasing temporal). Embora eu pudesse manter cerca de 80 FPS ou um pouco mais alto em muitas áreas abertas, minha milhagem variou em virtude da densidade de cidades e vilarejos, ou da intensidade de certos encontros caóticos de combate. Aqui, eu experimentaria quedas drásticas na taxa de quadros para cerca de 35-40 FPS. Espera-se que um jogo dessa escala e fidelidade seja bastante exigente graficamente, mas o que se destacou foi a inconsistência no desempenho e a ocasional gagueira ou engate.
Outro bug atual é que a opção de filtragem anisotrópica simplesmente não funciona. Para um vasto jogo de mundo aberto como o Horizon, é uma configuração gráfica importante a ser usada, pois fornece muito mais clareza e detalhes para superfícies à distância. (Além disso, certifique-se de atualizar seus drivers gráficos para as versões mais recentes – o uso de versões mais antigas pode resultar em artefatos significativos e falhas visuais sérias, que foi um erro que cometi ao iniciar o jogo.)
A lista de bugs não termina no departamento de gráficos, no entanto. Existem alguns problemas que realmente impedem a jogabilidade de funcionar como pretendido. Por exemplo, a habilidade Concentração deve permitir que você aumente o zoom e diminua o tempo para apontar cuidadosamente seu arco. Mas, em minha experiência particular, ativá-lo na versão PC apenas aumenta o zoom e não diminui o tempo. Puxar a roda da arma também deve diminuir o tempo, mas isso não acontece. Esse problema se estende à vantagem que deveria diminuir o tempo ao apontar o arco enquanto desliza ou no ar – tudo continua se movendo na velocidade normal. Parece que o jogo simplesmente não reconhece nenhuma das mecânicas que retardam o tempo. Tentei experimentar diferentes configurações para verificar se havia um problema relacionado a taxas de quadros desbloqueadas ou v-sync, mas esse não é o caso. Essas mecânicas são extremamente úteis em todas as situações de combate do jogo, e o fato de não estarem funcionando corretamente no momento é um grande problema.
A grande ressalva é que haverá um patch para o primeiro dia, e atualmente só experimentei a porta para PC do Horizon Zero Dawn em um estado de pré-lançamento sem as próximas correções. Depois de ter acesso ao patch, planejo reavaliar muitos dos bugs encontrados para ver se eles são direcionados para o lançamento oficial.
Além das deficiências mencionadas acima, esta porta para PC oferece alguns recursos bem-vindos, como um controle deslizante FOV, suporte nativo ultra amplo, mapeamentos de controle totalmente personalizáveis, uma taxa de quadros ilimitada e uma ferramenta de comparação para testar a viabilidade das configurações gráficas escolhidas.
Quanto ao jogo em si, Horizon Zero Dawn impressionou em 2017 como o primeiro esforço em mundo aberto do desenvolvedor da Killzone, Guerrilla Games. Embora exista uma dependência perceptível de alguns tropes cansados do mundo aberto, ele realmente se destacou com um excelente sistema de combate que enfatizava pontaria precisa, exploração de fraquezas e uso inteligente das muitas armas e ferramentas legais em seu equipamento. A Horizon tem uma sensação distinta de Davi e Golias, já que você geralmente fica sobrecarregado e ofuscado pelas máquinas hostis e aparentemente mal equipado – como, como diabos devo destruir os dinossauros robôs com arco e flecha? Criar maneiras de superar essas probabilidades tem uma sensação satisfatória, especialmente em grandes lutas que testam seu domínio do arsenal improvisado de arcos, flechas, arames e estilingues (e sua capacidade de evitar repetidamente o rolar do perigo).
O estilo de combate da Horizon sempre me deixava querendo usar um esquema de controle de teclado e mouse, dada a necessidade de acertar tiros precisos, mas isso vem com algumas concessões. A natureza de usar o WASD para se mover nesse estilo de ação em terceira pessoa não é tão intuitiva quanto um manípulo analógico, e a necessidade de se esquivar ou rolar em situações de alta pressão destaca como o movimento direcional exato pode ser desajeitado. E com a capacidade de Concentração quebrada agora, eu realmente não consegui usar o mouse da maneira que esperava. Os controladores têm suporte nativo com os mapeamentos de botões adequados, mas há um problema: a assistência à mira não está presente, se é que está dificultando o combate.
O que permanece intacto são as ambições narrativas da Horizon. Um século 31, onde as civilizações prosperam como caçadores e coletores, vivendo em tribos específicas, é fascinante, pois é justaposto a um “mundo antigo” de alta tecnologia futurista, enterrado no desperdício de uma calamidade de muito tempo atrás. Nossa protagonista Aloy permanece relativamente firme na sequência de revelações selvagens sobre seu próprio passado, bem como a verdade sobre como uma civilização super avançada continua a assombrar os dias atuais por seus graves erros e pela tecnologia que deixou para trás. Essas também são realmente boas desculpas para dinossauros-robôs percorrerem o deserto e apresentarem grandes ameaças a você, uma vez que se reúnem de maneira tematicamente coerente.
É certo que ainda desconfio de sua amálgama de culturas nativas e tropos nativistas com pouco contexto apropriado. É algo para se ter em mente ao se aprofundar na caracterização de Horizon de suas tribos e nas maneiras pelas quais ele se baseia em nosso mundo real, com terminologia e imagens de práticas tribais como pano de fundo para sua ficção.
No geral, é bastante decepcionante ver o jogo em um estado difícil, mas, novamente, esta é a experiência de uma versão de pré-lançamento antes do primeiro dia agendado. Considerando que a Horizon foi a progenitora do mecanismo Decima do Guerrilla, e acabamos de ver o Death Stranding atingir o PC com uma porta excepcional (ele usa o mesmo mecanismo), também fico surpreso com as deficiências. Se você está com disposição para um mundo aberto alastrado, com algumas emoções de combate de alto nível – que às vezes se atolam nas rotinas de gênero -, há um ótimo jogo por baixo. Mas você provavelmente vai querer esperar e ver como vai o patch do dia do lançamento. Vou atualizar minhas impressões da porta do PC do Horizon Zero Dawn para o lançamento oficial, que está marcado para 7 de agosto.
