Funcionários da Marvel VFX explicam por que a sindicalização é necessária para salvar a indústria

Os trabalhadores descrevem uma indústria que é atingida por mais demanda do que seus trabalhadores podem atender – especialmente porque os estúdios estão criando mais programas de TV com muitos efeitos visuais com tempos de execução muito mais longos do que um lançamento teatral teria.

“Quando você transforma um filme de 90 minutos em um longa-metragem de 10 horas, basicamente, você está fazendo 10 vezes mais trabalho dentro do mesmo, ou até mesmo em um período de tempo mais curto”, disse Mark Patch, um organizador de efeitos visuais. que trabalhou em WandaVision da Disney.

“Com o Disney+ e seu advento, havia um monte de novos conteúdos que estavam sendo solicitados para o serviço, mas na verdade estávamos descobrindo que os trabalhadores de efeitos visuais estavam tão esgotados e espalhados tão poucos que os programas estavam esperando na fila para obter essencialmente seu trabalho feito”, acrescentou Alex Torres, que trabalhou em Fugitivos da Marvel.

“Definitivamente parece mais uma esteira rolante hoje em dia do que necessariamente cada projeto recebendo seu próprio pensamento e tempo”, diz Gabrielle Levesque, que trabalhou em vários projetos da Marvel antes e depois do lançamento do Disney+. “Realmente se torna o McDonald’s do conteúdo.”

“Eu estava no WandaVision e eles nos disseram: ‘Bem, vocês não terão mais dias de folga nos próximos três meses até entregarmos o episódio 10′”, acrescenta Patch. “Já estávamos trabalhando 18 horas por dia. Eu pensava: ‘Como isso pode ser sustentável?'”

Todos os trabalhadores entrevistados pela IGN ecoaram o mesmo tópico de insustentabilidade, com as pessoas que alimentam os filmes e programas de TV pesados ​​​​de VFX de hoje sendo “afogados” ou “esgotados” na carga de trabalho esperada.

Patch explicou que a maioria dos trabalhadores de efeitos visuais atualmente recebe uma taxa fixa semanal, o que não leva em conta os altos níveis de horas extras e dificuldades que muitas vezes se espera deles. Os problemas levaram a uma escassez de trabalhadores de efeitos visuais, mesmo em estúdios terceirizados em todo o mundo. “Tipo, em todo o mundo, estamos sem pessoas”, disse Torres. “Mas o pedido continua caindo. Ele ainda diz exatamente como Mark disse: ‘oh, você tem 10 dias para terminar isso porque é disso que precisamos’.”

Assim como os efeitos negativos sobre as pessoas que trabalham na indústria, essas questões também têm o potencial de impactar a qualidade do trabalho VFX que acaba em nossas telas de cinema e TV, com os críticos muitas vezes pegando VFX pouco convincentes.

Embora todos os trabalhadores tenham muita paixão pelo que fazem, as condições acabaram se tornando insustentáveis ​​- e essa paixão está sendo aproveitada. “Gosto do tipo de problema que resolvemos neste departamento, mas se você torna o trabalho tão difícil e tão insustentável, o que espera que façamos?” diz Maggie Kraisamutr, uma artista interna que trabalhou em muitos estúdios de Hollywood. “Queremos salvar este emprego, então vamos nos sindicalizar. Estamos nos ajudando.”

Os trabalhadores de efeitos visuais estão procurando proteção sob o Contrato Básico da IATSE, que cobre salário mínimo, pensão e assistência médica, proteções de recuperação, penalidades de refeição e muito mais. Sem eles, Patch diz que “nossas vidas são insustentáveis”.

“Vamos fazer com que a voz do VFX seja ouvida porque já se passaram 50 anos desde que o primeiro Star Wars foi feito e a moderna indústria de efeitos visuais foi criada”, continua ele. “Meio século é muito tempo para esperar por assistência médica e horas extras.”

O impulso de sindicalização dos VFX ocorre em meio a greves generalizadas em Hollywood pelo Writer’s Guild of America e pelo Screen Actor’s Guild. Patch diz que a ação sindical em andamento é “um movimento ao qual estamos nos juntando”, acrescentando: “O fogo está queimando e isso é algo que explodiu como uma bomba”.