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Nova Delhi, 25 de agosto (IANS) Se você tem um desejo obsessivo de verificar constantemente as notícias, é mais provável que sofra de estresse, ansiedade e problemas de saúde física, alertaram os pesquisadores.

Estar exposto a um ciclo de notícias de 24 horas de eventos em constante evolução pode ter sérios impactos no bem-estar mental e físico, disse o estudo publicado na revista Health Communication.

Nos últimos dois anos, a humanidade viveu uma série de eventos globais preocupantes, desde a pandemia até a invasão da Ucrânia pela Rússia, protestos em grande escala, tiroteios em massa e incêndios florestais devastadores.

Para várias pessoas, ler más notícias pode nos fazer sentir temporariamente impotentes e angustiados.

“Testemunhar esses eventos se desenrolando nas notícias pode trazer um estado constante de alerta máximo em algumas pessoas, acelerando seus motivos de vigilância e fazendo o mundo parecer um lugar escuro e perigoso”, disse Bryan McLaughlin, professor associado de publicidade no Texas. Universidade Tecnológica dos EUA.

Para esses indivíduos, um ciclo vicioso pode se desenvolver no qual, em vez de se desligar, eles se tornam ainda mais atraídos, obcecados pelas notícias e verificando atualizações o tempo todo para aliviar seu sofrimento emocional.

“Mas isso não ajuda, e quanto mais eles checam as notícias, mais elas começam a interferir em outros aspectos de suas vidas”, acrescentou McLaughlin.

Para estudar esse fenômeno, conhecido coloquialmente como vício em notícias, McLaughlin e seus colegas analisaram dados de uma pesquisa online com 1.100 adultos.

Os entrevistados foram questionados sobre a frequência com que experimentavam sentimentos de estresse e ansiedade, bem como doenças físicas, como fadiga, dor física, falta de concentração e problemas gastrointestinais.

Os resultados revelaram que 16,5 por cento das pessoas pesquisadas mostraram sinais de consumo de notícias “severamente problemático”.

Esses indivíduos frequentemente se tornavam tão imersos e investidos pessoalmente nas notícias que as histórias dominavam os pensamentos do indivíduo, atrapalhavam o tempo com a família e os amigos, dificultavam o foco na escola ou no trabalho e contribuíam para a inquietação e a incapacidade de dormir.

Pessoas com níveis mais altos de consumo problemático de notícias eram significativamente mais propensas a experimentar mal-estar mental e físico do que aquelas com níveis mais baixos, mesmo ao controlar dados demográficos, traços de personalidade e uso geral de notícias.

Os resultados mostram que há necessidade de campanhas de alfabetização midiática focadas para ajudar as pessoas a desenvolver uma relação mais saudável com as notícias.

“Embora queiramos que as pessoas permaneçam engajadas nas notícias, é importante que elas tenham um relacionamento mais saudável com as notícias”, disse McLaughlin.

No caso do consumo problemático de notícias, a pesquisa mostrou que os indivíduos podem decidir interromper, ou pelo menos reduzir drasticamente, seu consumo de notícias se perceberem que isso está tendo efeitos adversos em sua saúde mental.

Ademais, o estudo também chamou a atenção para a necessidade de uma discussão mais ampla sobre como a indústria de notícias pode estar alimentando o problema.

“As pressões econômicas enfrentadas pelos meios de comunicação, juntamente com os avanços tecnológicos e o ciclo de notícias de 24 horas, incentivaram os jornalistas a se concentrarem na seleção de histórias ‘dignas de notícia’ que chamarão a atenção dos consumidores de notícias”, observou McLaughlin.

(Exceto pelo título, o restante deste artigo do IANS não foi editado)

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Com informações de Digit Magazine.

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António César de Andrade

Apaixonado por tecnologia e inovação, traz notícias do seguimento que atua com paixão há mais de 15 anos.