O cinema tem uma longa história de filmes populares ambientados a bordo de choo-choos. Diante disso, não é surpresa que Trem-bala – sobre assassinos e ladrões perseguindo um McGuffin em um trem indo de Tóquio a Kyoto – fez negócios rápidos durante seu primeiro fim de semana nos cinemas, apesar das críticas mornas. Brad Pitt no papel principal certamente também não prejudicou as bilheterias.
Talvez o público seja atraído por esses filmes porque os trens são inerentemente cinematográficos. Elegantes, modernos, contendo várias histórias humanas simultaneamente e trovejando em direção a um destino final, os trens têm muito em comum com os filmes. Abaixo celebramos dez clássicos montados a bordo de locomotivas.
O General (1926)
O épico mudo de Buster Keaton (co-dirigido com Clyde Bruckman) não foi um sucesso na época, mas desde então se tornou um dos maiores de todos os filmes, principalmente por causa da incrível coreografia de ação que influenciou gerações de cineastas, incluindo George Miller. e ele Mad Max filmes.
Keaton, o ator, estrela como um engenheiro ferroviário confederado que se envolve em uma trama da Guerra Civil que dá a Keaton, o diretor, desculpas para encenar incríveis perseguições de trem que incluem bater uma locomotiva real em um rio – certamente uma inspiração para a cena semelhante em o Ponte no Rio Kwai. O filme mudo mais caro de todos os tempos, O General tornou-se o modelo a partir do qual toda comédia de ação surgiu.
Da Rússia com amor (1963)
Muitas vezes considerado um dos melhores filmes de James Bond – inclusive por atores que interpretaram Bond – Da Rússia com amor é um assunto suave e elegante, pelo menos para os padrões de Bond. Grande parte da ação acontece no Expresso do Oriente (sim, este one) e apresenta Bond tentando enganar e superar o assassino da SPECTRE, Red Grant (um loiro descolorido Robert Shaw), enquanto agita e agita um romance com Tatiana Romanova (Daniela Bianchi, também muito loira) que pode ou não ser uma soviética. espião.
Da Rússia com amor é um dos poucos filmes de Bond que dependem mais do enredo do que da ação para seus efeitos narrativos, permitindo que as cenas do trem especialmente se desdobrem com raro lazer. Como todos os primeiros filmes de Bond, o filme é filmado em glorioso Technicolor, o que torna as locações turcas especialmente impressionantes.
O Trem (1964)
A obra-prima esquecida do diretor John Frankenheimer é um trabalho duro e corajoso, estrelado por Burt Lancaster como um combatente da resistência francesa que tenta impedir um coronel nazista (Paul Scofield) de saquear as grandes obras de arte da França e enviá-las de trem para Berlim. Embora feito em 1964, a fotografia em preto e branco de alto contraste do filme dá uma sensação atemporal, assim como o uso de belas locomotivas antigas da era pré-guerra.
Lancaster é um francês tão convincente quanto Peter Sellers fazendo o inspetor Clouseau no Pantera Cor de Rosa filmes, (e pelo menos Sellers tenta um sotaque francês). Mas pouco importa. Ele traz cada grama de seu carisma muscular para um filme que oferece ação de guerra realista e temas pensativos sobre o valor da arte e da cultura versus a vida humana.
Expresso de Von Ryan (1965)
Mais ação de trem da Segunda Guerra Mundial! Esta produção lindamente montada é estrelada por Frank Sinatra como um coronel americano, Joseph Ryan, que se vê liderando uma fuga aliada de um campo de prisioneiros italiano ao lado de um cético oficial inglês (Trevor Howard) que questiona sua liderança. Os nazistas capturam os soldados fugitivos e os colocam em um trem de prisioneiros de guerra para Berlim, mas é claro que Ol’ Blue Eyes comanda o trem de seus captores.
A partir daí, é uma corrida para a Suíça, com Ryan e seus homens tendo que superar os alemães a cada curva. O filme faz um belo uso do campo espanhol e italiano e o clímax prolongado com Messerschmitts atacando o trem enquanto ele passa por uma passagem na montanha é tão emocionante e tecnicamente realizado quanto qualquer coisa no gênero.
Assassinato no Expresso do Oriente (1974)
A adaptação cinematográfica original do clássico romance de mistério de Agatha Christie sobre membros da classe desembarcada presos em um trem na neve que têm a sorte de ter Hercule Poirot (Albert Finney), o maior detetive do mundo, a bordo quando um assassinato acontece. (Ou são? Sem spoilers aqui!)
Sidney Lumet foi uma escolha inspirada como diretor, tendo em vista os filmes policiais mais contemporâneos que ele fez no mesmo período, Sérpico e Dia de cachorro tarde. E com desculpas ao talentoso elenco da versão de 2017 de Kenneth Branagh, Albert Finney, Sean Connery, Lauren Bacall e Ingrid Bergman trazem muito mais poder de estrela do que Branagh, Willem Dafoe, Penélope Cruz e Daisy Ridley. O elegante filme foi um sucesso de crítica e comercial e ganhou várias indicações ao Oscar, incluindo Melhor Ator para Finney e Atriz Coadjuvante para Bergman, que venceu.
Trem em Fuga (1985)
Jon Voight e Eric Roberts ganharam indicações ao Oscar por este drama de ação contundente sobre dois fugitivos que se veem atravessando o deserto nevado do Alasca depois de comandar um trem que perde seu condutor e seus freios.
Na verdade, não é um trem cheio, mas quatro locomotivas amarradas juntas, e pará-las é basicamente uma façanha impossível, explica a única trabalhadora ferroviária a bordo (Rebecca De Mornay). O filme habilmente empilha os obstáculos e complicações enquanto os três tentam evitar um naufrágio, enquanto as autoridades prisionais tentam recapturar os fugitivos por meio de helicóptero e despachantes trabalham para evitar uma catástrofe do solo. A maneira como o trem troveja, completamente impermeável à vontade humana, torna-se uma alegoria para aquele choo choo fora de controle também conhecido como vida.
Corrida da meia-noite (1988)
Corrida da meia noite estrelado por Robert De Niro como o caçador de recompensas Jack Walsh, que deve devolver o capitão da fiança Jonathan Mardukas (Charles Grodin) para Los Angeles de Nova York em cinco dias. Mardukas afirma ter medo de voar, forçando Walsh a encontrar meios alternativos de transporte, incluindo trens. Assim começa a odisseia da dupla pelos EUA continentais com a máfia, FBI, policiais locais e caçadores de recompensas rivais em uma perseguição hilária.
Embora não seja um filme de trem em si, a viagem clássica apresenta duas sequências de trem indeléveis. O primeiro, ambientado em um Amtrak, mostra a incomparável química cômica dos atores enquanto Mardukas critica as escolhas de estilo de vida de Walsh e Walsh ameaça enfiar a cabeça no vaso sanitário. Mais tarde, os homens pegam um trem de carga e lamentam as chatices da vida ao redor de uma fogueira de vagão, enquanto também confessam sua atração por galinhas.
Missão Impossível (1996)
Aquele que começou tudo, e quem sabia que virtualmente nunca terminaria? A série, baseada no programa de TV dos anos 1960, ficou conhecida por suas sequências de acrobacias ultrajantes, muitas vezes realizadas pelo próprio Tom Cruise como o agente Ethan Hunt da Impossible Mission Force. A grande sequência do primeiro filme é o clímax a bordo de um trem em alta velocidade que arrasta um helicóptero com ele para o Chunnel (os trilhos subaquáticos sob o Canal da Mancha).
Os efeitos especiais parecem um pouco datados, especialmente em comparação com as sequências absolutamente surpreendentes em mais recentes Missão Impossível filmes, como Cruise escalando a lateral do prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa em Dubai, em Protocolo Fantasma (2011). Mas ainda é muito emocionante, e o vento e as forças G contorcendo o rosto de Cruise transmitem de forma impressionante como velozes esses trens de alta velocidade realmente se movem.
Snowpiercer (2013)
O clássico moderno de ficção científica de Bong Joon-Ho usa um trem como uma alegoria para um mundo dividido por diferenças de classe. Talvez seja um pouco óbvio, dado que os trens já são estratificados em classes econômicas com base na tarifa, mas não importa quando é tão eficaz. O trem em Snowpiercer também tem a distinção de ser o último do mundolevando os poucos sobreviventes da humanidade através de uma era glacial induzida pelas mudanças climáticas que não pode mais sustentar a vida.
Chris Evans interpreta o líder do proletariado que ocupa a parte traseira miserável do trem e eventualmente se revolta contra seus senhores opressores (que incluem Tilda Swinton como uma fascista desagradável em óculos enormes). Enquanto comandam a locomotiva vagão a vagão, ficam atordoados ao descobrir os ambientes exuberantes e opulentos dos ricos. Joon-Ho imagina uma distopia orwelliana arrepiante que – como qualquer manifesto marxista que se preze – sugere que para começar de novo você precisa destruir toda a máquina.
Trem para Busan (2016)
Zumbis em um trem? Qualquer nova-iorquino dirá que é uma experiência comum, especialmente antes das 9 da manhã, embora talvez não tão mortal quanto o apocalipse zumbi que irrompe durante uma viagem de alta velocidade de Seul a Busan neste filme. Como muitos filmes coreanos, Trem para Busan tem um pai em seu coração (Gong Yoo) que deve proteger uma criança adorável (Kim Su-an), aprendendo assim a ser… todos juntos agora… um homem melhor.
Dada a sua inércia essencial como personagens, você pensaria que os zumbis teriam desgastado suas boas-vindas como temas de terror há muito tempo. Mas sua popularidade persistente significa que os cineastas continuam a inventar novos cenários nos quais os idiotas de boca sangrenta podem infectar seus irmãos sem pensar. Trem para Busan é um dos mais inventivos e divertidos até agora e é um complemento perfeito para nossa lista de filmes clássicos sobre trens.
Com informações de Digital Trends.
