Facebook, Instagram e WhatsApp podem precisar revisar a forma como coletam os dados dos usuários na Europa depois que o principal tribunal da UE decidiu contra a controladora Meta na terça-feira.

O Tribunal Europeu de Justiça (ECJ) decidiu a favor do órgão anticartel da Alemanha, que argumentou que poderia levar em consideração questões de privacidade de dados ao considerar casos antitruste.

Uma das questões-chave no caso foi a capacidade da Meta de vincular dados entre plataformas, o que lhe permite direcionar anúncios de perto para os usuários, a principal forma de ganhar dinheiro.

O cão de guarda alemão proibiu a Meta de misturar dados pessoais coletados no Facebook com detalhes colhidos no Instagram ou WhatsApp, argumentando que isso equivalia a um abuso de sua posição dominante no mercado na Alemanha.

O tribunal europeu disse que os escritórios do cartel tinham o direito de realizar investigações sob o enorme regulamento de proteção de dados da UE (GDPR).

“O julgamento terá efeitos de longo alcance nos modelos de negócios usados ​​na economia de dados”, tuitou Andreas Mundt, chefe do órgão de vigilância anticartel.

Ecoando muitas decisões anteriores contra a Meta e outras grandes empresas de tecnologia, o tribunal decidiu que a empresa dos EUA deve pedir permissão para coletar grandes quantidades de dados pessoais, derrubando várias soluções alternativas que a Meta havia oferecido.

Como resultado, é provável que a Meta precise encontrar um método diferente de coleta de dados na Europa.

“Estamos avaliando a decisão do Tribunal e teremos mais a dizer oportunamente”, disse à AFP um porta-voz da empresa Meta.

O grupo de campanha de privacidade noyb saudou a decisão, dizendo que esclarece mais uma vez que a Meta não pode contornar o GDPR.

“Isto significa que a Meta tem de buscar o consentimento adequado e não pode usar sua posição dominante para forçar as pessoas a concordar com coisas que não desejam”, disse Max Schrems, do grupo.

A decisão também pode colocar em risco outras grandes plataformas como o Google, que tem um modelo de negócios de tecnologia de anúncios semelhante.

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António César de Andrade

Apaixonado por tecnologia e inovação, traz notícias do seguimento que atua com paixão há mais de 15 anos.